quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Prolapso Retal tratado com a técnica Cirurgia de Colopexia.

prolapso retal 



Foi atendido no plantão da Clinica Veterinária Continental Pet a cadelinha Kitara, de 02 anos, Chow Chow com uma protuberância no reto, com o relato do surgimento de aproximadamente 48 horas. A massa na região perianal encontrava-se enegrecida, edemaciada e com odor forte, apos minuciosa avaliação clinica foi constatado que se tratava de um prolapso retal. Nas Primeiras 24 horas de internação, identificamos endoparasitas saindo da região perianal, identificados a inspeção visual como Dipylidium caninum. Os exames de Risco cirúrgico foram realizados e não apresentavam alterações dignas de impedimento da cirurgia, ao exame ultrassonográfico observou-se presença de liquido em cornos uterinos sugerindo uma piometra, já que animal havia entrado no cio e copulado no período de 60 dias antecedentes á visita na clinica, o abortamento era um dos diagnósticos diferenciais que foi descartado ao Ultrassom. Por diversos atendimentos feitos em cães com prolapso e esse caso clinico interessante, decidi escrever um pouco sobro assunto afim de esclarecer um pouco mais sobre o prolapso de reto, então:

O prolapso é um assunto que poucos ouviram falar e é de grande importância Medica. Do latim prolapsus, que significa, o deslocamento de um órgão, que sai de sua posição natural devido ao relaxamento dos meios de fixação ou de outra causa qualquer como diarreias, vomito, tosse. O reto (que fica dentro do organismo), exterioriza-se através do ânus, sendo visível,ocorre com certa frequência com animais filhotes, mas pode acometer qualquer raça, idade e ate mesmo outras especies. 


Predisposição

Não existe predisposição, a maior prevalência ocorre em animais jovens, parasitados e debilitados.
As causas podem ser diversas e ter origens diferentes. Em alguns casos, decorrentes de animais que possuem fezes ressecadas, vômitos ou diarréias severas. O Parasitismo é um fator desencadeante, por isso o controle de vermes é imprescindível. 



Sinais clínicos 
Prolapso com coloração Enegrecida.



 O primeiro sinal clínico observado pelo Proprietário é a exteriorização do reto do animal, tendo como sua característica uma forma tubular, vermelho escuro e de consistência úmida e em casos de isquemia da porção prolapsada coloração que vai do azul ao roxo até mesmo enegrecida. Outros sintomas que podem ser observados, são:dificuldade de defecar quando há a exteriorização; Com sangramento ou não; O cão tende a querer lamber o prolapso; O animal pode sentir dor ao ser tocado no abdômen; podem apresentar agressividade.





Diagnóstico


O diagnóstico inicia primeiramente com o exame clínico do animal, e anamnese bem feita, outro exame que o médico veterinário pode requerer é o Ultrassom, pois o aumento da motilidade ou a pressão intra abdominal que expulsa o reto para o exterior pode ter origem no Trato gastrointestinal e decorrer com outras afecções como a intussuscepção. O tipo de exame a ser requerido varia de profissional para profissional.


Tratamento

Pode-se massagear manualmente a região perianal com lubrificantes ou agentes tópicos,  auxilia na redução do inchaço. Um agente anestésico podem ser administrados para aliviar a dor e desconforto, o gelo ajuda diminuir o edema e a vascularização, permitindo a redução do prolapso manualmente, as manobras ficam de acordo com os critérios do Medico Veterinário.


Técnica cirúrgica de Colopexia

É importante que se identifique a causa do problema, para posterior prognóstico. Em seguida efetua-se a redução do prolapso e tratamento da causa inicial. A redução deve ser feita nos casos em que o tecido permanece viável sem alteração circulatória importante, a sutura em bolsa de tabaco ao redor da margem anocutânea. 

tratamento vai depender de como a condição se apresenta no momento, por isso é importante levar o animal o mais rápido possível para uma clínica veterinária. Caso o reto do animal ainda esteja intacto, sem que se mostre traumatizado e nem necrosado, ele pode ser colocado na sua posição normal e depois suturado com técnicas apropriadas. Porém, em casos de sérios danos ao reto, somente uma intervenção cirúrgica delicada pode solucionar a situação. Jamais tente recolocar o reto para dentro do organismo, isso pode causar sérios danos ao animal ou até levá-lo à morte.

No caso clinico de Kitara optamos pela técnica de colopexia, já que haveríamos de realizar a ovário-histerectomia (castração) devido a presença de líquidos nos cornos uterinos, e cogitamos a possibilidade de realizar enterectomia e anastomose (Retirada de uma porção do reto por inviabilidade funcional) caso a porção do reto estivesse muito comprometida, felizmente estava saudável e o procedimento ocorreu como planejado.

Pós operatório

No pós operatório, ministrar refeições pastosas, emolientes fecais e higienização da região. Nos casos de recidiva, pode-se efetuar uma colopexia, com redução do prolapso por tração manual e sutura seromuscular do cólon ao músculo reto do abdômen. Prescritos antibióticos, anti-inflamatórios, pomadas cicatrizantes e outros procedimentos, devem ser seguidos a risca para uma melhora rápida e eficaz.


Padrão de Sutura da Laparotomia

Prevenção 

consiste em controlar a causa primária para o aparecimento do prolapso retal. Uso de fármacos e manejos corretos, mediantes a prescrição do médio veterinário, é uma boa forma de se evitar este tipo de acontecimento. Leve rotineiramente seu animal para uma avaliação em uma clínica. Qualquer anormalidade na conduta ou saúde do animal, como: vômitos, diarréias, tenesmo, deve ser acompanhada por um profissional. Nunca se esquecendo de vermifuga-lo, vacina-lo periodicamente alem de prosseguir com controle de ectoparasitas e fornecimento de ração e água de qualidade. A prevenção é a melhor saída.




M V Vinicius Ribeiro
Clinico Cirurgião
Clinica Veterinária Continental Pet

4 comentários:

  1. Nossa isso esclareceu muito bem minhas dúvidas!! Muito obrigada ! Melhor matéria!

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  2. Minha lilica está com isso e está muito mal. Não sei oq fazer pois não tenho condições pra arcar com a cirurgia :'(

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  3. meu bulldog nasceu tb com este problema e eu tb nao tenho condiçoes de Rcar com a cirurgia mais ou menos qto custa

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