terça-feira, 19 de janeiro de 2016

EUTANASIA EM CÃES E GATOS

A eutanásia é o ato de promover o óbito do paciente sem dor e sofrimento. O termo eutanásia deriva do grego – eu significa “bom” e thanatos se traduz em “morte”

(AVMA, 2001). Significa a morte humanitária de um animal executada por um método que produza inconsciência rápida e subsequente morte sem evidencia de dor ou agonia ou um método que utilize drogas anestésicas em doses suficientes para produzir a perda indolor da consciência seguida de parada cardiorrespiratória de acordo com a Resolução 714 de 20 de junho de 2002:”Art. 2 do Conselho Federal de Medicina Veterinária. Portanto, o sacrifício dos animais em fase terminal de doença não constitui uma infração à lei.
euta  
Deve ser indicada quando: o bem-estar do animal estiver comprometido de forma irreversível, sendo um meio; de eliminar a dor ou o sofrimento dos animais, os quais não podem ser controlados por meio de analgésicos, de sedativos ou de outros tratamentos; o animal constituir ameaça à saúde pública; o animal constituir risco à fauna nativa ou ao meio ambiente; o animal for objeto de ensino ou pesquisa; o tratamento representar custos incompatíveis com a atividade produtiva a que o animal se destina ou com os recursos financeiros do proprietário.
Os princípios de bem-estar animal, relevantes para a eutanásia em animais, objetivam garantir: elevado grau de respeito aos animais; ausência ou redução máxima de desconforto e dor; inconsciência imediata seguida de morte; ausência ou redução máxima do medo e da ansiedade; segurança e irreversibilidade; ser apropriado para a espécie, idade e estado fisiológico do animal ou animais em questão; ausência ou mínimo impacto ambiental; ausência ou redução máxima de riscos aos presentes durante o ato; treinamento e habilitação dos responsáveis por executar o procedimento de eutanásia para agir de forma humanitária, sabendo reconhecer o sofrimento, grau de consciência e morte do animal; ausência ou redução máxima de impactos emocional e psicológico negativos em operadores e observadores.
As questões humanas que envolvem o assunto são complexas e estão além do ponto de vista ético-profissional, principalmente por ser esta profissão a única com o direito de execução de um paciente. É importante lembrar que não é admissível em termos de eutanásia em Medicina Veterinária, de acordo com a Resolução 714 de 20 de junho de 2002 o seguinte: “Art. 14 métodos como: Embolia Gasosa; Traumatismo Craniano; Incineração in vivo; Hidrato de Cloral (para pequenos animais); Clorofórmio; Gás Cianídrico e Cianuretos; Descompressão; Afogamento; Exsanguinação (sem sedação prévia); Imersão em Formol; Bloqueadores Neuromusculares (uso isolado de nicotina, sulfato de magnésio, cloreto de potássio e todos os curarizantes);  Estricnina. A utilização destes métodos constitui-se em infração ética e punição previa. Somente os métodos no quadro abaixo são permitidos em cães e gatos.
EspécieRecomendados
CãesBarbitúricos, anestésicos inaláveis, CO², CO, cloreto de potássio com anestesia geral prévia
GatosBarbitúricos, anestésicos inaláveis, CO², CO, cloreto de potássio com anestesia geral prévia

EspécieAceitos sob Restrição
CãesN², argônio, pistola de ar comprimido, eletrocussão com sedação prévia
GatosN², argônio


eutanasia 2

A metodologia adotada deve ser compatível com os fins desejados, seguro para quem o executa; realizado com o maior grau de confiabilidade possível, comprovando-se sempre a morte do animal. O médico veterinário deve sempre garantir que os animais sejam submetidos à eutanásia em ambiente tranquilo e adequados, respeitando os princípios básicos dos métodos de eutanásia; observar ausência dos parâmetros vitais atestando a morte do animal; manter os prontuários com os métodos e técnicas empregados sempre disponíveis para fiscalização pelos órgãos competentes; esclarecer ao proprietário ou responsável legal quando for o caso, sobre o ato da eutanásia; solicitar autorização por escrito, para a realização do procedimento, quando for o caso; permitir que o proprietário ou responsável legal pelo animal assista ao procedimento, sempre que este assim desejar desde que não existam riscos inerentes. Outra grande preocupação é após a comprovação d o óbito, pois a dignidade ainda se faz necessária, a escolha do local que será destinado para  sepultamento do seu corpo sem vida que na maioria das vezes são considerados membros da família.
É necessário que veterinário tenha uma postura e iniciativa de iniciar um dialogo de preparação com o dono e os membros da família, conscientizando-os da morte eminente, mostrar os mecanismos de eutanásia e as consequências psicológicas, assim, após a morte ficará mais fácil todo esse processo de luto, evitando-se que a raiva e culpa sejam jogadas em cima da figura do veterinário, o que será desgastantes, mas se esse ato, trouxer dor e remorso para quem o faz ou o autoriza, melhor não praticar e esperar a morte naturalmente. A decisão final deve sempre partir do proprietário do animal. Aliado aos fatores de ordem prática o fator econômico pode pesar muito no momento pela eutanásia, como a capacidade de tratamento animal, que requer dedicação, tempo e habilidade de enfermagem por parte do proprietário.
Referencia: Conselho Federal de Medicina Veterinária. Resolução 714, de 20 de junho de 2002 Dispõe sobre procedimentos e métodos de eutanásia em animais, e dá outras providências. http://www.cfmv.org.br/legislacao/resolucoes/resolucao_714.htm
Eutanasia Veterinaria. Disponivel em: http://www.webartigos.com/artigos/eutanasia-veterinaria/31884/ acesso em 27 de novembro de 2012.
Veterinária em Foco, v.9, n.1, jul./dez. 2011

VINI

Por: Dr. Vinicius Ribeiro da Silva – Medico Veterinário CRMV ES 1336 – Clinica e Cirurgia de Pequenos Animais – Proprietário Clinica Continental Pet

Fonte: http://vidapetnews.com.br/

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

O que fazer se seu bichinho de estimação sofrer uma fratura.

Qual cãozinho ou gatinho não gosta de uma nova aventura? Escalar uma cortina, pular para o telhado do vizinho, saltar da escada ou até um pulo repentino do sofá podem resultar em fraturas. Pode parecer difícil, mas no caso do pinscher, um simples pulo ou queda do sofá pode ser suficiente para que uma fratura em um dos membros locomotores aconteça.
Caso você note que ele tenha alguma fratura que por ventura provoque uma hemorragia, pegue um pano limpo e tente pressionar o local da hemorragia, estancando o sangue até chegar à clinica veterinária mais próxima. Muitas vezes, ao chegar ao veterinário, ele encaminhará o cão para a cirurgia com urgência nos casos de hemorragias severas ou imobilizar a fratura até o dia da cirurgia que vai ser programada com sua equipe, após um exame radiográfico, o famoso RX. Isso acontece por que dependendo do local e tipo de fratura, pode acontecer uma hemorragia interna quando há comprometimento de vasos sanguíneos importantes, rompidos pelo osso fraturado.
Os motivos são os mais diversos: quedas, acidentes e atropelamentos são os recorrentes. Os sinais mais óbvios de uma fratura em um cão ou gato são observados  quando o animal não apoia um dos membros no chão ao andar ou ainda ganidos de dor quando se tenta tocar a área afetada.
Casos de fraturas não imediatamente atendidos causam dores intensas e podem  virar problemas ainda mais graves, como ruptura de fibras musculares e osteomielite que é a infecção bacteriana do osso quando há fratura exposta, o osso fica visível no momento ou logo após o trauma. Quando atendidos em até 48 horas após o acidente, as chances de sucesso serão bem maiores na recuperação.
Se não tratadas a tempo, as fraturas podem cicatrizar de forma errada, causando deformidades, dor constante ou até mesmo a perda do membro afetado. Além disso, pode levar a cirurgias restauradoras muito complicadas (e caras), com maiores riscos para a vida e com menores chances de recuperação plena da função do membro.

O que você pode (e deve) fazer

  • Deixe o animal quieto: coloque-o em algum lugar onde ele não possa movimentar-se muito, evitando, dessa forma, que a fratura se torne ainda mais grave.
  • Observe se existe algum sangramento.  Nas fraturas expostas, ocorre perfuração de tecidos: músculos e pele, que causam sangramento e muita dor. Você pode conter uma parte do sangramento utilizando um curativo estéril ou um pano limpo.
  • Se possível, faça a imobilização do animal, utilizando uma tábua, que pode fazer o papel de maca para deslocamento até o serviço veterinário. Se tiver dúvidas, peça as orientações corretas sobre como imobilizar o animal até o atendimento.
  • Gatos podem ser cobertos com uma toalha grossa ou cobertor: essa medida é para sua proteção contra possíveis arranhões e mordidas. Animais com dor podem ficar bem agressivos, arranhar ou morder. Um cobertor também ajuda na contenção, imobilização e ajuda acalmar o animal até o atendimento.
  • Procure por socorro veterinário imediatamente!

O que você nunca deve fazer:

  • Se você não conhece anatomia, não coloque talas ou aplique torniquetes! Quando colocados de forma inadequada, podem tornar o problema ainda mais complicado ou até mesmo levar à perda do membro.
  • Não dê medicamentos de uso humano na tentativa de amenizar a dor: você pode piorar o quadro e provocar doenças hepáticas, renais, intoxicações e até a morte.
  • Não tente colocar uma fratura exposta no lugar por conta própria!
  • Não aplique unguentos, pomadas ou produtos caseiros em fraturas expostas. Você pode contaminar e causar graves infecções por contaminação.
Seja qual for o tipo de fratura que o bichinho de estimação tiver, nunca tente colocar o osso no lugar. Leve-o imediatamente ao médico veterinário. Lembre-se de que ele está com muita dor e por isso, pode tentar morder ou arranhar.

Fique atento na recuperação do seu bichinho

O tratamento dependerá do tipo, da extensão e gravidade da fratura. Podem ser necessárias desde  uma imobilização simples ou até mesmo um procedimento cirúrgico em alguns casos, para colocação de pinos, placas ou parafusos ortopédicos que auxiliarão no processo de consolidação da fratura.
O período de imobilização varia de acordo com o local da fratura, o tipo, a idade do animal, as condições nutricionais entre outros. Para que tudo dê certo é muito importante que toda a orientação passada na clínica seja seguida a risca. Qualquer alteração ou novo sinal clínico que o animal apresente, o proprietário deve levá-lo novamente ao médico veterinário para que seja examinado.
Fratura é algo muito sério e grave. Dependendo do caso e de como ela ocorreu, o animal pode morrer. Isso é mais comum em casos de atropelamentos nos quais além da fratura há hemorragia interna.
Tenha sempre por perto informações que são cruciais para agilizar o atendimento e o contato de um serviço de emergência veterinária.
Por: Dr. Vinicius Ribeiro da Silva – Medico Veterinário CRMV ES 1336 – Clinica e Cirurgia de Pequenos Animais – ProprietárioClinica Continental Pet

Fonte: www.http://vidapetnews.com.br/